Tuesday 2 September 2014

A Bela Apodrecida (Equipa Andarilha)

(29 de Agosto de 2014 - Esta oficina teve um formato algo diferente pois aconteceu no meio do Jardim de Beja no Canteiro do Bico Bico Sarapico durante as XIII Palavras Andarilhas. Começámos com apenas quatro grandes pequenos criativos e no final tínhamos dezenas de imaginativos miúdos e graúdos. A imagem, da autoria de Fernando Ladeira,é do momento final em que voluntários recontaram o conto que todos juntos havíamos recriado!)

A Bela Apodrecida

Era uma vez um casal de laranjeiras que queria muito ter um filho e finalmente um dia foram prendados com uma lindíssima laranja. Ela era tão bonita que a batizaram de Bela e organizaram uma grande festa para celebrar o seu nascimento. Convidaram todo o reino incluindo as fadas Cenoura, Pêra e Ananás.
No meio das festividades apareceu de rompante numa nuvem negra a cruel Fada Malévola Beringela a fazer uma grande birra por não ter sido convidada para a festa.
Zangada, lançou contra a Bela um feitiço: quando chegassse aos 16 anos iria picar-se numa rosa e ficar durante 100 anos apodrecida!
As boas fadas Cenoura, Pêra e Ananás depressa levaram a Bela para um local seguro: um alto, fresco e alvo.... frigorífico. E lá ficou a Bela até aos seus 16 anos. E como nada  aconteceu no seu aniversário as fadas acharam que o feitiço não tinha funcionado e então levaram-na de volta à árvore para celebrar. Não contavam que aparecesse na festa a Malévola Beringela com um perigoso sorriso nos lábios e uma rosa lindíssima na mão. A Bela não sabia quem ela era e antes que alguém pudesse avisá-la, pegou na rosa e claro, picou-se.
A Malévola Beringela achou que devia também apodrecer todo o reino e assim o fez. E lá ficaram, todos podres, durante quase cem anos.
Até que apareceu vindo da Madeira o galante Príncipe Banana. Atravessou toda aquela podridão e quando deparou com a Bela Apodrecida ficou maravilhado e tão encantado que se descascou e deu-lhe um beijo.
Nesse momento todo o reino desapodreceu e ficaram todos muito felizes e fizeram uma grande festa no frigorífico. Descascaram-se todos, fizeram-se em pedaços e juntaram-se para fazer uma bela salada de frutas! Mas como nenhuma refeição vive apenas da sobremesa cozinhou-se também uma saborosa beringela recheada com tomate, queijo e oregãos!




O Soldado e a Ervilha (Equipa Conto na BMO)

(27 de Agosto de 2014)

Era uma vez um reino chamado Ervilholândia. Nesse reino vivia uma rapariga muito triste pois o seu noivo tinha ido para a guerra. Passaram-se dias e semanas e meses e anos até que um dia bateu à sua porta um soldado vestido de farrapos, com a barba comprida e desarrumada e o cabelo longo e muito sujo. Dizia que era o seu noivo, mas ela não o reconheceu.
Lembrou-se que o seu querido noivo era o único Ervilhense que não gostava de ervilhas e então preparou um teste: convidou ambas as famílias e fez três panelões de sopa verde: uma de espargos, outra de alho francês e um caldo verde. No caldo verde do soldado escondeu uma única ervilha.
O soldado comeu com gosto e para grande surpresa de todos, no final aproximou-se da rapariga brandindo a colher onde estava a ervilha e disse: "E agora, já acreditas que sou eu?"
Como já estavam todo reunidos celebraram ali mesmo o casamento e no final, em vez de atirar para cima dos noivos pétalas de rosa e arroz lançaram..... ervilhas!!!!!




Monday 30 June 2014

Gatafunho Loja de Livros e estufa de pequenos grande criativos

Ontem na oficina de criatividade E se fosse uma vez na GATAfunho, loja de livros

Calhou-nos a pedrinha do Flautista de Hamelin. Ora vejam o que esta equipa de criativos produziu:

O Espadarte de Hamelin

Era uma vez uma linda cidade submarina chamada Hamelin que era povoada por cidadãos cavalos-marinhos.
Certo dia Hamelin foi invadida por uma praga de peixe-aranha. Eram tantos, tantos que os cavalos-marinhos não sabiam o que fazer, e o governador dragão-marinho esgotou todas as soluções propostas pelos seus conselheiros para se livrar deles.
Um dia apareceu lá um belo espadarte que usava o seu espadim para fazer música abanando-a como uma batuta na água. Ele foi ter com o dragão-marinho e disse que conseguia resolver o problema se em troca lhe pagassem com um saco de pérolas da lua. O governador de Hamelin aceitou o negócio e o espadarte pôs logo o espadim à obra.
Subiu para o topo do recife e começou a tocar a sua batuta mágica e os peixes-aranha começaram a segui-lo. Conduziu-os até uma gruta onde estava uma grande raia esfomeada, que os engoliu a todos.
Depois o espadarte regressou a Hamelin para receber o seu pagamento mas o avarento governador deu-lhe um saco cheio de areia. Zangado, o espadarte foi de novo para o topo do recife e começou a tocar uma nova melodia com o seu espadim.
De repente, todos os cavalinhos-marinhos, todas as crianças daquela aldeia começaram a segui-lo e ele conduziu-os até a gruta da raia. Mas a raia estava demasiado cheia para os comer a todos e eles começaram a limpá-la dos parasitas e a brincar na sua gruta e então ele decidiu contar-lhes uma história. Os cavalinhos-marinhos gostaram tanto daquele contador de histórias que foram muito felizes naquela gruta.
Entretanto, na aldeia de Hamelin reinava a tristeza por já não haver crianças para espalhar alegria.
Zangados, os cavalos-marinhos decidiram castigar o governador dragão-marinho e montaram-lhe uma armadilha levando-o para um lugar onde diziam que havia um grande tesouro. Quando ele lá chegou foi colhido nas redes de uns biólogos que o levaram para o Oceanário, onde ele, muito arrependido, passou o resto dos seus dias a maravilhar as crianças que passavam pelo seu tanque e a contribuir para que as novas gerações se apaixonassem pelo mar e se dedicassem a preservá-lo.
Quanto ao espadarte mágico, continuou as suas viagens pelo mar-alto e encantou muitos peixes e cetáceos e crustáceos e cefalópodes com a sua música oceânica.





Thursday 23 January 2014

Equipa Arco-Iris de Campo Maior

Saiu-nos o conto d' "Os Três Porquinhos"

E mudámos para "Os Três Anõezinhos"

Era uma vez três anõezinhos que viviam com a sua mãe até o dia em que ela disse que tinham de sair de casa e construir a sua própria vida.

O Anãozinho nº1 era bastante preguiçoso e decidiu ficar na primeira esquina e construir um abrigo com o que estava à mão e por isso construiu uma casa feita de .... palha. E estava a descansar num fardo dentro da sua nova casinha quando ouviu uns passos pesados e o som de alguém a bater à porta... 
era o Dragão Bom! "Anãozinho, anãozinho deixas-me entrar?" e o anãozinho, que n~~ao sabia que o dragão era bom, recusou-lhe a entrada e então o dragão amuado disse:
"Então eu vou soprar e bufar e a tua casa incendiar!"
E foi o que aconteceu! E o anãozinho deu cordas às perninhas e foi a correr para casa do anãozinho nº2.
Este tinha construída uma casa de..... madeira. Muito mais firme mas igualmente inflamável!
Chegaram as pesadas passadas e uma voz magoada que perguntou:
"Anõezinhos, anõezinhos, deixam-me entrar?"
E os anõezinhos convictos do perigo daquela enorme criatura, recusaram.
"Ai é? Então eu vou soprar e bufar e a vossa casa em chamas vai ficar!"
E assim foi! E os anõezinhos deram corda às perninhas e correram até a casa do Anãozinho nº3. Que tinha analizado todas as normas de segurança e construido uma casa feita de tijolos. Estavam os dois anõezinhos ainda ofegantes a contar o que se tinha passado, quando chegou o dragão. 
"Anõezinhos, anõezinhos agora já posso entrar?"
E o anãozinho nº3 acho estranha a forma como ele formulou a pergunta mas pelo sim, pelo não, recusou-lhe entrada. E o dragão, agora furioso, disse:
"Então eu vou soprar e bufar e a casa em cinzas irá ficar!"
E bufou e soprou e nada... a casa não se incendiava... e o dragão ficou muito ofegante e cansado e triste por não ter amigos e sentou-se ali mesmo a chorar...
Os anõezinhos acharam estranho aquele som que nunca tinham ouvido e espreitaram pela janela. Sentiram tanta pena do dragão, que pouco a pouco foram metendo conversa com ele e verificando que ele afinal tinha boas intenções.
Desde esse dia que o Dragão Bom é muito acarinhado naquela terra: é óptimo a tomar conta das crianças transformando-se num parque infantil ambulante com escorrega, baloiço e uma cauda balancé; ajuda os agricultores a limpar terreno de uma forma segura queimando o mato e está sempre pronto a acender as lareiras quando faltam os fósforos. 
E os anõezinhos vivem felizes naquela casa de tijolo e convidam sempre o dragão para os churrascos no jardim.

Wednesday 13 November 2013

Sereios, passarinhos e camisolas verdes

Um trio de contos da Oficina Piloto no Porto (2013'11'09)

A menina que queria ser Sereia ou A pequena menina

Era uma vez uma menina que queria ser uma sereia. Sempre que ía mergulhar procurava coisas de sereia para levar para a sua coleção: colares de algas, conchas e corais.
Ela queria ser uma sereia porque uma vez que tinha ido à praia encontrou um belo sereio deitado na areia e apaixonou-se. Para se poder transformar decidiu ir pedir ajuda à bruxa da terra. A bruxa deu-lhe uma poção. A pequena menina foi até à praia e mal chegou perto do mar bebeu a poção e transformou-se numa sereia. Só que o sereio já se tinha casado com outra. A sereia ficou muito triste e queria voltar a ser uma menina mas quando chegou à praia transformou-se em areia.

Os três passarinhos (os três cabritinhos)

Era uma vez três passarinhos que viviam com a sua mãe no ninho. Um dia a mãe saiu e os três passarinhos ficaram no ninho. Um gato que os queria comer disfarçou-se de pássaro. O gato foi todo contente até ao ninho mas os passarinhos não o deixaram entrar. Entretanto a mãe chegou e, quando viu o gato, deu-lhe com a pata na cabeça e disse:
- Nunca mais voltes a tratar mal os meus filhinhos, ouviste?
E viveram felizes para sempre

O lenhador verdinho ( capuchinho vermelho)

Era uma vez um rei que tinha um filho lenhador. O lenhador usava sempre uma camisola verde cor da relva e das plantas. Certo dia o rei mandou o lenhador dar bolinhos ao seu cavalo. Pelo caminho o lenhador encontrou uma princesa má. A princesa disse: -“ó lenhador vai por ali que é mais perto”, e o lenhador pôs-se logo a andar. Quando chegou perto do cavalo a princesa já lá estava e tinha atacado o cavalo. Depois ela atacou o lenhador mas, entretanto chegou o Porco que deu um …e deram um grande salto! A princesa bateu com a cabeça e adormeceu. Enquanto ela dormia o porco abriu-lhe a barriga e encheu-a com várias camisolas verdes. Ela morreu e tudo ficou bem.


Sunday 10 November 2013

O Macaquinho Vermelho pelo Trio Mimo

"Era uma vez um macaquinho cuja avó lhe oferecia sempre frutos vermelhos e por isso ele era vermelho.
Mas ele queria ser cor-de-laranja como os outros macacos e então a mãe disse que ele devia ir buscar umas bananas duma bananeira na orla da selva. Se ele comesse bananas amarelas talvez ficasse mais alaranjado.

Quando o macaquinho estava prestes a sair da palmeira que era a sua casa a mãe avisou que ele não devia ir pelo chão mas sim pela copa das árvores pois assim não corria o risco de encontrar um escorpião. O macaquinho concordou e começou a trepar de ramo em ramo em direcção à bananeira.

A meio do caminho olhou para o chão e viu umas pedras afiadas e pensou: isso pode dar-me jeito para cortar o cacho de bananas da bananeira e desceu. Escolheu a pedra mais afiada e quando pegou nela apanhou um valente susto: debaixo da pedra estava um escorpião que lhe disse: "Agora vou-te picar e comer!". O macaquinho recompôs-se do susto e tentou argumentar com o escorpião dizendo que ele ia comer bananas e ficar mais gordinho e saboroso e que o escorpião podia apanhá-lo na volta. O escorpião concordou e o macaquinho despachou-se a ir buscar as bananas e depois usou a sua cauda como liana passando por cima do escorpião a uma distância bem segura dizendo: "Adeus!" e voltou para casa pela copa das árvores exactamente como a mãe tinha dito que ele devia fazer!"

E vitória, vitória, assim termina a história (re)criada pela equipa Trio Mimo que tirou à sorte a pedrinha do Capuchinho Vermelho e assim mudou o nome ao conto!





Esta oficina teve um bónus inesperado e completamente espontâneo: estávamos na Gatafunho Loja de Livros e quando acabaram esta história os três levantaram-se e começaram a mexer nos livros. Demos por eles uns minutos mais tarde, cada um com um exemplar do livro "Eu" de Philip Waechter na mão e estavam a lê-lo em voz alta em coro! Lindo, lindo!


Tuesday 29 October 2013

Kurt Vonnegut

via Bruaá Editora:

Numa escola em Nova Iorque, uma professora pretende testar a escrita persuasiva dos seus alunos e desafia-os a convencer um escritor a visitar a escola. Um dos grupos de trabalho escreve uma carta ao seu escritor preferido, Kurt Vonnegut. Foi o único grupo que obteve uma resposta, esta:

Via: http://bit.ly/1g71pyd